PENHOR DE NIHIL
 
São vultos
Não são nada disso
São os justos da fé
Que nunca me encontram
Boate da estrada
Entre as vermelhas
Que param
Se olham as mesmas
Lá em cima
Cai uma verde
Que não entende
Meu teto de estrelas
Postiças
Cobiça de subir
Ainda mais alto
Do que um copo
Destilado
De qualquer coisa
Misturado
A meus sonhos
Pouco me importa
Eu vejo sonhos
Quando abro a porta
uma gentil senhora
Se volta
Deixa-me um pedaço
De si
Sorri logo
Dobra esquina
- Fique por ai!
Aqueles mesmos
Olhos benditos
Se tornam
Dois canos
E um tiro
Tão certeiro
Como o carteiro
Por não ter nada
A fazer com sobras
Me joga o que ler
Eu até saberia o
Que dizer
Das coisas escritas
Mas o aconchego
Desta rua fria
Pede mais do que
Estas revistas falam
Dorme lar de vistas
Pra o que não se pode
Tocar...