OS TEMPOS SE VÃO
Vaga minha nau,
No céu, no ar,
No infindo espaço
Pelo espaço.
Peço licença ao tempo,
Que me dê tempo.
Cruel sintonia que não acaba,
Só devora, nos despacha,
Da aurora ao ocaso,
Sempre sem piedade,
Ao encanto e ao mistério,
Que me faz pleno e sério,
Como um cativo, mais um
Que pensa, pensa e quase nada descobre,
Ubuntu.
E quando a distância já percorrida,
A nada levou em descoberta,
Nos faz valer a existência aberta,
Fitando o céu, o ar, em voo alto,
Em sonho o que valha...Orgasmo.
Volto ao mar, à terra,
E nada tenho de futuro,
Os amigos todos caídos,
Em apuros.
Chega a vez...Sem chance,
Bate forte,
Sigamos enfim...a morte.