ODE À POESIA
É da poesia
que bebo a água da palavra.
Da palavra esquecida,
Da palavra contida,
Da palavra escondida.
Bebo dessa fonte inesgotável,
porque dela jorra o que sinto.
Dos amores, dos desamores, das dores.
Da lua, calma e serena no céu.
Da cantoria dos pardais.
Da lembrança dos ancestrais.
Tudo em mim, esse amálgama de sentimentos,
brota da simples busca poética.
Dos desabrigados, dos descamisados,
Dos que se foram, dos que virão.
Saudades, lembranças e desejos,
Eis-me aqui poesia, entregue a ti
por um breve momento insondável que és.
Eis-me submisso, escravo, devedor, que seja!
Eis-me!