NEGREIROS
Num lapso,
Do tempo,
Põe-se de novo em lamento,
As feridas da carne e a alma da dor.
Por tudo o que já se chorou.
São os velhos negros...
De trabalhadores a operários,
Oriundos das bases,
Que a história faz,
De norte a sul,
Ainda nesse tempo perecer.
Ainda presos,
Ignorados,
Largados,
Entre ferros,
Muros de fome,
Miséria
E desrespeitos.
Muito bem equacionados nos guetos das periferias,
Que mesmo com essa Democracia,
Mostram-se na realidade da pele uma desigualdade,
Que do papel não se mudou.