INSÔNIA
O sono não se fez presente, e agora?
o que faço se ele foi embora?
adormecer entre meus escritos
ou ficar acordado pensando em você?
aprisiono-me em versos restritos,
de flores que chamam o beijo do beija flor,
e como é de sua índole, ele vai,
mas não fica, suga o néctar e sai;
Analiso todo instante,
focalizo,
minha lente pode ser difusa,
o foco do fato pode estar distante,
mas não é nada confusa,
existe algo mais do lado de lá,
lado que ta virado
virado pra lá,
há cheiro de fumaça no ar,
existem dois copos na mesa do bar;
Líquido sorvido, desejo bebido,
é luz, espetáculo, ação,
é a evidente ansiedade
claramente revelada na emoção,
é a evidencia do ponto X,
então digite com a tecla da desilusão:
“no seu chão de giz,
o texto escrito é final,
minha canção está em outra freqüência,
assumo a inconseqüência, a malevolência,
mas já sintonizo as ondas de lá,
há outra vida além túnel, e eu a quero pra cá”
Olha o que você fez
agora o sono foi de vez!
26/09/06
ANDRADE JORGE
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