NIRVANA

NIRVANA

E existe um lado que não conheço

ou não recordo...

E existem os barcos,

as chegadas e as partidas

E o cais enfeitado

é a própria vida!

E a vida,

esse ponto de encontro curvilíneo

Onde enxergamos o bem e o mal

Onde ancoramos sorrisos e tristezas

Saudades, enganos e verdades...

Um dia encontrei um barquinho dourado

Tão especial que se fazia em mim multicor

Branco, azul, laranja ou prateado

Amizade ou amor...

Anunciava o barquinho, o caminho de volta

Ou de ida quem sabe?

O percurso sempre foi mistério...

Meus olhos choveram!

inundaram minha face

Despenquei-me então no etéreo...

Que faria para atracar o barquinho no cais?

Escreveria minha melhor poesia?

Rogaria de joelhos ao Criador?

Faria tudo do que fosse capaz...

Faria tudo e muito mais...

Lembrei-me no entanto que o futuro

não nos foi dado de presente

Não sabemos do amanhã

O que vem por aí

ninguém pressente

Qualquer hora é hora de qualquer barco

E o meu pode ir até antes

do melhor abraço!

As margens não importam

meu barquinho dourado!

Navegamos no meio do oceano

como quem ouve um lindo fado

Segure as cordas feitas de palavras

que trocamos

Segure a bússola

com que sempre nos localizamos

E quem sabe assim

cheios de fé

desvendaremos os segredos

e permaneceremos na mesma caravana

e ainda que em lados diferentes

navegaremos

até o Nirvana!

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 03/08/2014
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