O DRAMA DO CÃO

Ulcerosa repetição dessa velha alvenaria.

Venho aqui todas as vezes que a noite não dá certo.

Quando a cauterização ainda está incompleta

E quando falar de estrelas inviabiliza a coerência.

O subterrâneo da arte mais irrelevante,

Reinventa rios hemorrágicos de dramas entorpecidos.

Um vão que separa os fantasmas do meu toque nas teclas.

É pra ser inventivo, mas repete-se como parábola triste

Redesenhada num gráfico de impossível duplicidade.

A neutralidade é a essência da estratégia,

Oculta trás de vasos gregos e crianças pouco suspeitas.

Em tubos de ensaio, como extravagantes gametas

Está a recriação do minimalismo besta.

Isso nunca foi arte ou impressão de um conto de fadas.

Foi um epílogo calculado e arquitetado

Para ferir na hora exata, como uma declaração de amor envenenada.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 02/08/2014
Código do texto: T4907424
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.