O DRAMA DO CÃO
Ulcerosa repetição dessa velha alvenaria.
Venho aqui todas as vezes que a noite não dá certo.
Quando a cauterização ainda está incompleta
E quando falar de estrelas inviabiliza a coerência.
O subterrâneo da arte mais irrelevante,
Reinventa rios hemorrágicos de dramas entorpecidos.
Um vão que separa os fantasmas do meu toque nas teclas.
É pra ser inventivo, mas repete-se como parábola triste
Redesenhada num gráfico de impossível duplicidade.
A neutralidade é a essência da estratégia,
Oculta trás de vasos gregos e crianças pouco suspeitas.
Em tubos de ensaio, como extravagantes gametas
Está a recriação do minimalismo besta.
Isso nunca foi arte ou impressão de um conto de fadas.
Foi um epílogo calculado e arquitetado
Para ferir na hora exata, como uma declaração de amor envenenada.