AMOR EM CONCRETO
Poesia concreta
É não te ver escorrendo seminua
Pelas veias asfálticas de minha rua
Poesia concreta é não ver a seta
De estar sonhando nos teus
Olhos de janela indiscreta
Sem beijo colorido de glitter
Sem o quente sussurro de fechecler
Criança ingênua sem colo de mulher
Entrementes somos sementes
Semeadas pelo sol
Não podemos pegá-lo
Apenas senti-lo
Ausentes e esquecidas
Como flores no asilo
Tudo ecoa reverbera e voa
Somos enterrados vivos
Dentro de outra pessoa
Uma metade de nós
Está por aí perdida no vácuo
Da poeira cósmica
Sem você não tenho passaporte
Não tenho pra onde ir
Você é minha mala meu endereço
Meu rumo meu existir
Sem você sou avesso
Mas dentro me aqueço já adormeço
E do mundo rodando em círculo desapareço.