TEMPESTADE

Na porta transparente

a chuva está caindo,

suando passantes que passam apressados,

temerosos do toque dos pingos...

Parada aqui, fecho meus olhos

para poder enxergar os gritos...

Um trovão acaba de desabar

em forma de raio iluminado...

Estremeço no silêncio

barulhento da inundação...

Ouço tua voz em forma de tempestade,

penetrando pela minha epiderme

que vai se abrindo e se alagando...

Um arrepio! Sou arremessada

pelo movimento vertical da chuva

que me sua nos poros desejosos

do trovão sibilante da tua voz...

Vou embalada no ritmo dos pingos

entrando e saindo de mim...

Me inundo na inundação

do maremoto possante da tua voz

que faz orgia de mim

na nefasta festa de ti!

O grito sai em forma de chuva

que se esparrama no chão de mim!

Gozo ardente de ti,

posse perversa de mim...

carline
Enviado por carline em 02/08/2014
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