eu entro no seu quarto
da ponta
dessa pedra
no queixo
desleixado desse penhasco
eu
desnudo tuas palavras
troco-as por
um pouco de atenção
pelas descidas da boca
da tua coxa, e pela baba
de seus olhos, e pela brasa
que nas fendas tu guardas
entrenho-me horas
buscando o que me falta
a semente, a mesma
ha muitas heras plantadas
começa a dar as caras;
penitencio-me pelas
horas arrancadas, pelos
cintos trocados, e pelas
praças, hoje trancadas..
mas dizem que o novo
só entra no espaço vago,
por isso, somente por isso
eu limpo esse quadro,
e de culpa arrefecida,
eu entro no seu quarto..