eu entro no seu quarto

da ponta

dessa pedra

no queixo

desleixado desse penhasco

eu

desnudo tuas palavras

troco-as por

um pouco de atenção

pelas descidas da boca

da tua coxa, e pela baba

de seus olhos, e pela brasa

que nas fendas tu guardas

entrenho-me horas

buscando o que me falta

a semente, a mesma

ha muitas heras plantadas

começa a dar as caras;

penitencio-me pelas

horas arrancadas, pelos

cintos trocados, e pelas

praças, hoje trancadas..

mas dizem que o novo

só entra no espaço vago,

por isso, somente por isso

eu limpo esse quadro,

e de culpa arrefecida,

eu entro no seu quarto..

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 02/08/2014
Código do texto: T4906909
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