POEMIX
estou de greve
contra as greves
nada pode parar
melhores condições já
de reinvidicar
melhores condições
eu não posso parar
minha greve
é contra a greve
de ideias
escrevo sobre não ter
o que escrever
e furo bloqueios
estou de greve eterna
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O ÚLTIMO POEMA DE ALGUÉM
este eu que é alguém
espera apenas que vocês
(seja lá quem)
sejam muito felizes
espero que vocês sejam felizes
não importa quando nem
quais serão as diretrizes
felicidade não tem mestre
somos todos aprendizes
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sempre sou oito
ou mais de oito mil
o caminho do meio
tá na ponte que partiu
(um dia atraverso)
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quando eu crescer
e meus dedos em hilst
apontarem pro "é hoje"
vou desabrochar florbela
(pros abelhudos só o cheiro
para o mundo
minhas cores)
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peguei o corredor
achando que era rua
parei num beco sem saída
agora é difício
(ou não)
só criar uma porta
de imaginação
pra próxima esquina
e virar a página da vida
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estudaram a poesia
estudaram tanto a poesia
que esqueceram de estudar
o conteúdo da poesia
esqueceram de ouvir
o que diz a poesia
seja lá o que ela diga
poesia demais
conteúdo de menos
acaba em poesia jamais
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já fiz demais
papel de trouxa
evolui
reciclei minha roupa
virei modelo de
origami
olhe e ame
e não game
sua frouxa
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ser feliz é complicado
dizem os todos
e até eu mesmo
de vez em sempre
no modo descomplicado
ser feliz é fazer algo
nem que o algo seja nada
(faça muito nada a nado)
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não há fato mais esdrúxulo
que chamar um fato
de esdrúxulo
esdrúxulo é um chulo simples
simplesmente
muito luxo
vejo os fatos
me repuxo
e rio mudo
a correnteza da vida
não atravesso
(esdrúxulo sim euscrú-)
pulo
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olhou pra frente: nada.
olhou pra trás: nada
esquerda nada direita nada
cima
baixo nada
olhou pra dentro
um universo de nada
e foi assim mesmo
(semprespiando)
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com ciência
de que não chamei
a consciência
pra conversa
com licença,
consciência,
quem te deixou desimersa?
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poeminha no atizap
eis, rotina,
sua válvula de escape
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mas tá muito aversado
se averse não
que a vida
é conversa
entre sonho
e coração
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EU
filho de um planetinha
e do universo
vice-treco do subtroço
me perco quando me acho
em mim mesmo imerso
sem tempo para ter tempo
até porque tempo e espaço
são dois gigantes dispersos
(e eu sou a bactéria
da ponta da asa da mosca
da sopa cósmica)
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as sacadas que tenho
eu não sei se vem
do meu lado samurai
(saque corte poemorte)
ou do lado monge zen
raios de iluminação
(inspiro medito poemito)
eu só sei que foi assim
e assim que que me convém
as sacadas que eu tenho
eu num sei de onde vem
que eu nunca as descubra
que o mistério se mantém
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que as sacadas dadas
ao longo da vida
não atinjam ninguém
as sacadas não me doem
e se te doerem
sacada um
nas suas bestas quadradas
Dija Darkdija