Entreaberta

Parti para esta viagem, com uma passagem de ida, que há muito tempo já vinha me pedindo passagem.

Levando na mala apenas saudades. Sabendo que elas seriam a bagagem que eu teria de carregar.

Ás vezes me sentia cansado e recorria a algo palpável para me acalentar.

Não imaginava que um pedaço de papel com o seu rosto poderia trazer tantas lembranças.

Não pensava que uma simples fotografia, tirada em um passado ainda intacto em mim, poderia ainda me fazer chorar. Poderia ainda me fazer sentir.

Então, nesse mergulho dentro de mim, que me inundava de perguntas que eu mesmo não conseguia responder, nesta incessante busca por conclusões, imerso a tantas dúvidas e decisões, resolvi parar e olhar para o mar, o nosso mar, que um dia foi mais bonito quando iniciava com a letra A.

E em meio há tantas ondas que ainda faziam ondas em minha cabeça, cheguei a inconclusiva conclusão:

Talvez eu volte logo, talvez eu não traga respostas ou talvez eu nunca volte também, mas, por favor, seja este o resultado que for, meu amor, meu bem, deixe a porta sempre entreaberta caso o amor queira voltar.