AREIAS
As areias são ásperas
quando tocadas na pele
arrepiada de redenção...
Se misturam ao sal da angústia
que aguarda a espuma da esperança...
Olhar atento no movimento do mar
que arrebenta a noção do tempo,
que se reveste com a roupagem da dor...
As areias do orvalho da penumbra
que machuca a flor rígida,
tesa no seu movimento de se abrir...
Os espinhos que se enterram
e arrefecem a moradia do acalanto
banhados das lágrimas em cascata...
A espera pelo tempo findo
da tortura que enrijece
a carne avermelhada da ação...
Areias molhadas do mar que vêm
terminado o espaço do final...
Desejo... guardião do silêncio!