SOBREVOAR
Estou atravessando o limite do ilimitável,
atravessando o horizonte do impossível,
apenas com um olhar no centro do sentimento...
A perda de todos os espaços, de todos os sentidos
no olhar perdido no vulcão
do vendaval da emoção do agora...
Nada mais! Sem começo e sem fim...
Perda da razão do não pensamento
das cruéis compreensões humanas...
A dor do mundo é que vive
no impulso das batidas coronárias
no brilho da vontade e do desejo
de viver somente o brilho do ser...
Sucumbo na glória de viver a emoção de um instante
que me dilacera a alma
e que estilhaça a carne
no prazer alucinante na busca do inimaginável
da procura de ser o que sou...
Sobrevoo todos os tempos,
todos os templos, possibilidades,
ocasiões, solidões,
onde faz morada a beira da porta
com um olhar risonho e debochado
que se reveste de lágrimas...
Sobrevoo o vôo do pássaro
buscando na esquina de um andarilho coração...
A dor que se espalha pelas paredes
da angústia que escorrem quentes
no sangue que gela e nas veias que se arrebentam...
Espreito o brotar da flor sucumbida...
A lágrima escorre e encharca o rio do desespero
que remove a angústia da terra
e mergulha no abismo do desejo...
è hoje e agora que os estilhaços acontecem!
Não brinco de dominós
e nem festejo personas macabras da expectativa!
Andarilha da busca e mendiga de ti...
Vendaval presente revolvendo a areia do desconhecido
na loucura da procura do impossível
que dói a dor do agora!
Dor da metamorfose da vertigem da loucura...
Vendaval que derruba...
Massacra na explosão do arrebatamento...
Apenas um sopro de coração!
De mim para ti...