A vontade encoberta das palavras
Na frenética tentativa
De reproduzir a orgia
Interior de meus sentimentos,
Transformo palavras em pensamentos;
Frases em ações
E o espanto de tudo isso,
Em reflexões.
As palavras saltam
Incontroladamente
Do meu interior
Como uma enxurrada
Lavando a minha mente.
As orações ao serem completadas
Nada mais são que
Um amontoado reunido de palavras
Numa completa dislexia
Sendo apenas palavras arranhadas.
Ao se disporem no papel
As palavras vão tomando vida
Vão se aglutinando, se arrebatando
Até se concretizarem na metamorfoseação
Adequada aos seus desejos
Metaforizadas em suas essências.
Eu, nada mais sou
Que um simples instrumento
Utilizado pela vontade absoluta
Da expressão; do livre pensamento
Na vontade inebriante de vir à tona
E ser simples mais que um ornamento.