IMOLAÇÃO

Dá pena o desmatamento louco,

a ganância imoral de quem derruba;

machados odiosos, motosserras ávidas...

Cedro, tauari, cuiarana, ucuúba.

A mão incauta dissemina a fome, onde

um sol banal mais e mais se esconde.

Dá pena a boca vil e somítica

do homem, a ignorância de quem derruba;

doidas queimadas neste chão insalubre...

Puçu, mogno, cunuri, matataúba.

Terra estéril, seca voraz, onde

a lua já não mais se esconde.

A aridez se alastra, infecundas noites,

o cansaço infame de quem derruba;

o horizonte arde, céu de sangue e brasa...

Andiroba, angelim, cumaru, tatajuba.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 09/09/2005
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