IMOLAÇÃO
Dá pena o desmatamento louco,
a ganância imoral de quem derruba;
machados odiosos, motosserras ávidas...
Cedro, tauari, cuiarana, ucuúba.
A mão incauta dissemina a fome, onde
um sol banal mais e mais se esconde.
Dá pena a boca vil e somítica
do homem, a ignorância de quem derruba;
doidas queimadas neste chão insalubre...
Puçu, mogno, cunuri, matataúba.
Terra estéril, seca voraz, onde
a lua já não mais se esconde.
A aridez se alastra, infecundas noites,
o cansaço infame de quem derruba;
o horizonte arde, céu de sangue e brasa...
Andiroba, angelim, cumaru, tatajuba.