Sobejo

Que de sobejo pode Ele tudo, porém,

Sendo o grande construtor desse mundo,

Me pergunte o que acontece:

Saio às ruas e vejo tanta gente que padece.

Todavia, respostas não encontro.

Busco na vivência algo que conforta.

Não fico de todo satisfeito;

Olho para os lados e vejo muito sofrimento.

Na esperança de um dia o sol a todos brilhar,

Não resta esperar calado, o que penso a todos ser direito.

Então, invadido por sentimento a todo ser humano,

Não resta outra saída, senão lutar contra tal desencanto.

E se no campo de batalha meu sangue derramar,

Mesmo que ter por espada o corpo trespassado,

Não lançarei injúrias aos céus nem a Ele, a Quem nunca fiz chamado.

Porque o caminho que escolhi percorrer, só por Homem foi traçado.

Não podendo mais com armas o inimigo combater,

Pois que a ele outros se juntam em exército, que faz a terra estremecer.

Junto aos meus em exército de número bem reduzido,

Em marcha seguiremos para vencer nosso inimigo.

E chegado, quem sabe, o dia de sol brilhante.

Trombetas anunciarão em estrondoso canto,

Nossa vitória sobre aqueles assassinos de nossa gente.

E não saberão ignorar tamanho será o espanto.