RELATO/DELATO

Me desnudo para ti!

Sem multidão e só...

Nada relato, nada delato...

Roupas, máscaras e espetáculos

que ficaram por terra

na areia marcada

pelo sangue pactuado...

Vazio das verdades absolutas!

Estou nua, despida

com o coração palpitante

da liberdade voadora e infinita...

Objeto da vida, da multidão, do sentido...

Me desnudo e me relato e me delato

para a vida, sinônimo de ti!

Vontade de ser o sentir

do ser despido sonhando ser

da vida, de ti, de mim...

Do sonho real da miragem escaldante...

O sangue fervendo e transbordando

nesse rio incontestável da entrega

indissolúvel e absoluta da queda

do abismo de mim

por caminhos tortuosos buscadores

da rede engolfante de ti!

É na queda que ela surge

e me prende na liberdade

de desejar o cárcere

da tua perversa prisão...

Me relato! Me grito! Me delato!

É o teu testemunho soberano

da ré que sou de ti!

carline
Enviado por carline em 31/07/2014
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