Nada
O que moves por mim?
Conta-me devagar e baixinho
O que moves.
Contas e abres um nado em meu peito que arde
Em silêncio
Sobre a chaga fendida.
Talvez movas o selo impresso
Sobre o cartão postal
Não enviado
Ou um quarto de mar em tormenta que escondes
Por trás das cortinas
Abertas do teu corpo
Enquanto dormes.
O que moves por mim
É um vazio de nadas
Tudo aquilo que aconchega-se no sonho antigo
Que não moves.
E o relógio de algibeira
Ainda marca o tempo
Largado
Na poltrona da sala.