Preso
neste corpo minha mente se afunda
na existência inexata da perplexidade mundana
nesta humana condição relativística
sem explicação aparente, apenas o dilema
que nunca será devidamente explicado
pensamentos filosóficos que inundam meu cérebro
relembrando-me da inquietude do tempo
que deteriora meu corpo aos poucos
e afugenta minha alma para o mistério da criação
sou eu, um amontoado de células vivas
deliberado neste êxtase chamado vida
inebriado pelas incertezas
que a proximidade da morte me trás
sou eu, preso em mim mesmo
sem escapatória, sem fuga prevista
apenas a certeza mórbida
de que o tempo me encarcerou
na eterna prisão do esquecimento