Preso

neste corpo minha mente se afunda

na existência inexata da perplexidade mundana

nesta humana condição relativística

sem explicação aparente, apenas o dilema

que nunca será devidamente explicado

pensamentos filosóficos que inundam meu cérebro

relembrando-me da inquietude do tempo

que deteriora meu corpo aos poucos

e afugenta minha alma para o mistério da criação

sou eu, um amontoado de células vivas

deliberado neste êxtase chamado vida

inebriado pelas incertezas

que a proximidade da morte me trás

sou eu, preso em mim mesmo

sem escapatória, sem fuga prevista

apenas a certeza mórbida

de que o tempo me encarcerou

na eterna prisão do esquecimento

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 31/07/2014
Código do texto: T4903868
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