DESCONHECIDOS
DESCONHECIDOS
Ando perdido nas ruas,
Esbarro em corpos,
São rostos sem nome,
Vejo pichações sem punições,
Humanos virando touros,
Ou seria apenas um carrapato?
O crack sendo o toureiro,
Talvez a lança que perfura...
O cidadão comum dá olé...
Viramos desconhecidos,
Somos viúvas do touro,
Choramos de preto nas lapides,
Mas não reagimos,
Não lutamos contra o toureiro,
Aceitamos os touros,
Couros manchados,
Andares desajeitados,
Copulando em qualquer lugar
Viramos a cara e damos olé...
Jogamos rosas vermelhas,
Lindas rosas do direto humano,
Mas cadê o direto do justo,
Do atropelado pelo touro,
Pelo lancetado pelo toureiro,
Aquele que foi ignorado pelo povo?
Já não sei mais como andar,
Quem confiar na noite,
No dia ou no cruzamento,
A vida virou uma maldita arena...
As viúvas choram e não fazem nada,
O direito humano é de quem?
Do touro,
Do povo,
Do toureiro,
Do carrapato,
Da adaga?
É de todos menos de quem foi vitima da tourada...
A maioria do povoe se ergue e apenas dá olé...
André Zanarella 30-01-2013