TÚNEL
o vendaval arromba a alma neste instante...
o túnel é eterno na metamorfose dolorosa...
o tártaro corrói a vontade, o desejo...
um grito saído das entranhas,
se perdendo no abismo do silêncio...
no morrer e no se perder de cada dia...
o tempo permanece sempre,
esculpindo de forma perversa e abominável
o tempo que estaca...
Está talhando o sofrimento infringido
o sentido sem sentido...
Destino cruel!
A alma implode na tempestade...
entrega crente e doada...
grito o sentido e o esparramo pela terra,
fincando raízes que germinam no coração,
florindo a emoção emocionada de estar...
Não há o remorso da não realização agora...
Estou e posso sobrevoar
todos os lupanares da existência da carne humana...
O túnel é infinito tentando arranhar a entrega...
A fala sem palavras que o olhar faz chorar
na lágrima vermelha que circunda o túnel...
Afogados e deslumbrados na dor que se ergue
em nome de ti soberana de mim!