Sou ser, sem ser.
Sou ser fracionado,
um inteiro desajustado.
Um treze avos de mim, a razão
Cataloga essa minha secessão.
Essa vontade de chorar, presa ao estomago,
A fome, desnutre o coração.
Nada está onde deveria estar.
O amor na planta do pé, pisoteado.
A dor na ponta da língua, cantada.
A força pra mudar, coça nas costas, inalcançável.
Essa anatomia errônea
São apenas fragmentos de um indivíduo,
Insciente de auxílios, e
Auto condicionado a solidão.
Cheio de mau contatos,
Imperfeito aos olhos até do mais inocente.
Ainda ama, e sente,
Que o mais profundo na vida da gente,
Não é obra própria,
É plantado, semente.
Retrato pintado,
Na tela em branco,
Que nasce com a gente.