CORRENTES
o que almejo
não é tua liberdade
mas tuas correntes....
que elas me envolvam,
que elas me enforquem,
Tuas correntes como pele,
entrando na minha pele
e queimando e cortando
e vivas sonantes
e ressonantes de mim...
que me transformem
na metamorfose de Ovídio
na vaca profana
e na cadela insana
do grito de rogo
das correntes que me podam...
tua vaca profana
que sugas a vida...
tua cadela insana
que baba de prazer...
nas tuas correntes
que significam a liberdade...
prefiro tua mão que me repudia
ao beijo que me engana...
a frieza que me esmaga
ao carinho que me falseia...
tua escravidaõ!
minha libertação!