CORRENTES

o que almejo

não é tua liberdade

mas tuas correntes....

que elas me envolvam,

que elas me enforquem,

Tuas correntes como pele,

entrando na minha pele

e queimando e cortando

e vivas sonantes

e ressonantes de mim...

que me transformem

na metamorfose de Ovídio

na vaca profana

e na cadela insana

do grito de rogo

das correntes que me podam...

tua vaca profana

que sugas a vida...

tua cadela insana

que baba de prazer...

nas tuas correntes

que significam a liberdade...

prefiro tua mão que me repudia

ao beijo que me engana...

a frieza que me esmaga

ao carinho que me falseia...

tua escravidaõ!

minha libertação!

carline
Enviado por carline em 29/07/2014
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