SILÊNCIO IMPLACÁVEL

Antonieta Lopes

Silêncio absoluto, noite alta,

Perdi o sono, seres irreais

Bailam ao redor, mente que se exalta

Nela fantasmas fazem festivais.

Um apoio qualquer faz tanta falta...

Antes que os medos tornem-se fatais,

Rompe o silêncio, passa um trem peralta,

Sonoro apito acorda os mortais.

Grito de vida agita o estado inerte

Dos seres no letal, profundo escuro,

Pois outro som não há que os desperte

Afofo o travesseiro meio duro,

E até que o esplendor do sol me alerte,

Durmo tranqüila e a noite desconjuro.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 29/07/2014
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