SILÊNCIO IMPLACÁVEL
Antonieta Lopes
Silêncio absoluto, noite alta,
Perdi o sono, seres irreais
Bailam ao redor, mente que se exalta
Nela fantasmas fazem festivais.
Um apoio qualquer faz tanta falta...
Antes que os medos tornem-se fatais,
Rompe o silêncio, passa um trem peralta,
Sonoro apito acorda os mortais.
Grito de vida agita o estado inerte
Dos seres no letal, profundo escuro,
Pois outro som não há que os desperte
Afofo o travesseiro meio duro,
E até que o esplendor do sol me alerte,
Durmo tranqüila e a noite desconjuro.