ERA UMA VEZ
ERA UMA VEZ
Fria madrugada
Céu desestrelado
Vento cortante
Nada nem ninguém
Silêncio frio
Marquises repletas
De corpos embrulhados
Não para presente
Um ronco de motor
Uma sirene
Não é Hollywood
É fato real
Um estampido
Um mocinho bandido
Dorme para a eternidade
Os demais dormem
Para não serem eternos
Fingem-se de mortos
Ninguém sabe ninguém viu
A sirene partiu
A vida segue
A aurora se aproxima
Os pardais cantam
Um réquiem
Todos acordam
Vão-se embora
Um vermelho vivo
Cobre o chão
Morto
De humanidade