ERA UMA VEZ

ERA UMA VEZ

Fria madrugada

Céu desestrelado

Vento cortante

Nada nem ninguém

Silêncio frio

Marquises repletas

De corpos embrulhados

Não para presente

Um ronco de motor

Uma sirene

Não é Hollywood

É fato real

Um estampido

Um mocinho bandido

Dorme para a eternidade

Os demais dormem

Para não serem eternos

Fingem-se de mortos

Ninguém sabe ninguém viu

A sirene partiu

A vida segue

A aurora se aproxima

Os pardais cantam

Um réquiem

Todos acordam

Vão-se embora

Um vermelho vivo

Cobre o chão

Morto

De humanidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 29/07/2014
Código do texto: T4901088
Classificação de conteúdo: seguro