ReÁrvore
Rio Amazonas, Costa de Almeirim, 20 de julho de 2014.
Derrubaste
Arrancaste
Minha raiz ficou tão ferida
Sem um chão
Sem razão
Um vendaval foi a sua partida
Meus restos
Tão honestos
As sementes que foram ao vento
Acharam
Pousaram
Nova terra esperando momento
Que fértil bom terreno
Assim eu germino
Que reina tempo ameno
Assim determino
Nova planta
Que levanta
Questionável se era de lei
Tronco exposto
E desgosto
Acredito que aqui ficarei
Tantas pragas
Chuvas vagas
Num resistir em nome de mim
À queimadas
Enxurradas
Até vergo, mas venço a ti
Cresço longe dali
O sol vem a pino
Parasita em si
Hoje fulmino
Atualmente
Já não sou mais aquela arvoreta
Sou muito menos
A árvore que sangrou cortada
Você cupim envenenei
Você machado eu quebrei
E nesta altura todos me veem
A copa agrada a outro alguém
ReÁrvore
Manter
Eu predomino
ReÁrvore
Querer
Eu predestino