Espaço
I
Fadados ao mesmo destino
de calarmos e sermos calados
enquanto um mergulha na própria razão
o outro sofre a seca da solidão
e ambos solitários
II
Quem dera deitar e dormir logo
não deixar que a mente sofra
a dureza dos nossos diálogos
dá um aperto no coração,
hoje um pouco mais apertado
III
Eu pego meu barco
e navego no mar da tua razão
cedo às tuas águas,
porque passo sede na terra da solidão
e sem tripulação
capitã do meu próprio coração
vago sem rumo
em corações vagos
à espera de encontrar no teu
um espaço