o canto das profundezas
um atlantico de aguas caudalosas
rompe a paisagem sob a tutela de um céu castanho
metálica, tétrica malha cinzenta
a alvorada mais pura e dourada parte do céu insólito
invisível do nosso recondito e acanhado íntimo
Através da escuridão, nada teríamos que temer
não fosse as viroses de nossas mais terríveis misérias
não fossem tantos os demônios injustiçados, não fosse a mazela do egoísmo
os arcanjos descem estratosféricos e lhes convidam as propinas
fecho os olhos para enxergar e deixo os ouvidos fluírem como riachos
desimpedidos em dias de verão tropical, procuro a calma do diamante na paz das trevas mais profundas