Versos Insones

Sou o poeta que adormece

Nos braços da lua

E acorda no bico do bem-te-vi

Antes de adormecer apago

Minha lamparina

Mas deixo minha lanterna

Verde ao lado

E os vaga-lumes acessos

Para não me perder

Na escuridão

Pois às vezes as estrelas

Deixam-me na mão

Nas noites frias se vestem

De nuvens escuras

E vão dormir ocultas

Na imensidão

E eu minúsculo verme

Repleto de razão e uma severa

Glaucoma

Acabo me ferindo com objetos

Geométricos

Pesadelos noturnos

E sentimentos que me faz tropeçarem

Apesar das lentes polidas

Dos colírios

E das drágeas brancas

A noite gosta de confundir meu olhar

Remoer minhas paixões

E acender loucas alucinações

luiefmm
Enviado por luiefmm em 28/07/2014
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