Marginal!

Do que se cata na rua, catados perdidos,

O entojo de quem mira o que cato, caos,

Marginalia desvairada, músculos fracos,

Batedores de carteira, velhos assustados,

Perene circulação das vias de fato, atos,

Falha de sistema, sistemática, aflitiva,

Chaleira fervendo no caldeirão maldito,

Margem para assistencialismo barato,

Vem desde os tempos do achamento,

Como vem, perdigotos, escórias & naves,

Outra marginalia demente & analfabeta,

Façanhas barganhadas na droga exposta,

Merda tem mais que tomar raquetada na cara,

Levanta merda pra tomar mais na cara,

Nem reclama com a quadrada enfiada na boca,

Gospem dentes apodrecidos desde a infância,

Aquela pessoa clean olha com nojo quem cata,

Crê que está virando moedas na merda,

Nem na própria merda toca, vira a cara de lado,

Depois enche o cu de drogas, fazendo alarde,

Põe-se forte em sua mais vil fraqueza,

Arrota um esnobismo dilacerante & rasgado,

Com toda a empáfia que sua merda não merece,

Ouro para tolos ordinários, café de terceira,

Sol ameno encobrindo a ponte, esgoto a céu aberto,

Toca mais fundo na garganta do infeliz,

Outro buraco no estômago ulcerado,

Vão falar das vítimas de amanhã,

Esquecendo aquelas outras de ontem,

Cadê você para me dar um beijo?

Tire cinco minutos de seu precioso tempo...

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 17/05/2007
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