Das noites sem sol

Caro amigo

Não é do meu feitio

Como já deve saber

Reclamar do meu destino

É descalço

E filho de percalços

Mas é no caos que encontro

O tamanho desconforto

Que me faz andar os passos

O sonho urbano

O não de existir

De ser (no mundo) humano

Caro amigo

Não é do meu feitio

Como já deve saber

Reclamar do meu destino

É pra poucos dias

Em que a carne endurece

E a mente congelada

Se esquece

De que o sol já existiu

Pois, perdoe

Não é do meu feitio

E se reclamo do universo sem sol

Que é esta noite

É que me tremo de medo

Lembrando da morte

Me esqueço da fome

E barganho minha sorte

Quando me acerta à foice

O osso, como se n’alma fosse,

O frio

*JF

&lis*

25/07/14

Elis Maria
Enviado por Elis Maria em 28/07/2014
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