Beiras
A beira da luz e da sombra
Estamos nós.
Grafitados pelas paredes da cidade
Imunda.
Caminhando pelas pontes
Reajustados da morte
Dos dias.
A beira das calçadas
Pelos caminhos de pedra
Estamos nós
Sobreviventes de um amor morto
Às tapas.
Na calada da noite
Estamos nós
Despidos e únicos
Por entre os jardins
Das casas de moradia
E na louça fétida
Dos puteiros,
Estamos nós.
Agora é tarde
E os nós não foram desfeitos.
Estamos por todos os lugares
Do mundo.