Dona Zica,
Chuva na casa,
De Dona Zica,
A coitada fica,
De balde na sala,
Tentando conter,
As águas que caem,
E quem sabe talvez,
Algum dia ela consiga,
Que esse pinga-pinga,
Cesse de uma só vez,
E assim resolva parar,
De molhar todo seu sofá,
Estampado comprado,
Somente pra receber ,
O Sol , astro iluminado ,
Como ilustre convidado,
Que prefere fazer desfeita,
E ainda tem a petulancia,
De insistir em se esconder ,
Por entre as nuvens cinzentas ,
E todo temperamental gosta ,
Sempre de agir como tal,
E sobra mesmo pra Dona Zica,
Ouvir o barulho irritante,
Daquele pinga-pinga...
E junto dez prestações acumuladas,
Transbordam e enchem sua cabeça ,
E nada, nada de se ver o Sol nascer...
Marcia Carriles