Espera angustiante


Esta espera angustiante pelo estridente ruído,
Do portão de minha casa se abrindo de repente,
A me indicar que em dia que virá, finalmente,
Vieste para me buscar após tanto tempo fluído.

Tu atravessas os jardins, observando as flores,
Que, como eu, sem teus cuidados feneceram,
Em meio a tantos sentimentos que arrefeceram,
Recordações de um tempo pleno de amores.

Teus pés assomam a porta da sala, hesitantes,
Que também está aberta, a teu infindo aguardo,
Teu retrato na parede, as lembranças, o quarto,
Remontam a tempos felizes, mesmo por instantes.

E te atiras incontida em meus braços novamente,
Como se o tempo de distâncias fosse uma quimera,
Como se este frio invernal se fizesse primavera,
E retorno a meu mundo de sonhos lentamente.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 25/07/2014
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