Solidão à Luz do Sol

Euna Britto de Oliveira

Solidão é um estado da alma.

A solidão é péssima

E dá sensação de vazio,

Dá vontade de que tudo se acabe

Para que ela se acabe também!

Mas não é um estado permanente.

A alma conhece outros estados

E é por causa dos outros estados que conhece

Que ela não se conforma com o vazio.

Falo com conhecimento de causa:

Solidão é a saudade das companhias

Que fizeram este mundo parecer um paraíso...

Combate-se com a Esperança

De que o acontecido poderá reacontecer,

Mesmo modificado, com outras variáveis!...

A Fonte da Felicidade não secou

Nem nunca secará!...

Fé!

Na solidão, sente-se que já vai longe o jejum...

Jejum de felicidade.

Uma noite e um dia

E outra noite e outro dia

O dia e a noite

E outra noite e outro dia

E outro mês

E outro ano...

Desumano desengano!...

O tempo não dá pulinhos,

Como os ponteiros de segundos dos relógios!...

O tempo passa macio e lento

Ou rápido e violento!

Depende!

Depende dos acontecimentos.

Depois de um tempo, outro tempo.

Nada acontece a destempo.

Primavera, verão, outono, inverno...

Vasta primavera

E a primeira vez que vi flores!...

Verão, em que todos verão o

Sol brilhar intensamente!

Outono e seus frutos...

Inverno – branco.

Um banco sem ninguém.

O frio afugenta as pessoas, nas praças.

Nas casas, nas camas, só há calor se houver amor

E vice-versa!...

Mas o amor é fruta rara!...

Às vezes, começa, e pára.

É justamente por ser imperfeita

Que a vida é perfeita.

A perfeição é dotada de imperfeições

Que são suas marcas digitais...

Perfeição sem defeito é só Deus.

E a vida é de Deus mas não é Deus.

É sua criação.

As criaturas a vivem como podem – Invariavelmente imperfeitas.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 16/05/2007
Código do texto: T489619