O vendedor de picolé

O sol a pino rachando mamonas

e o menino com uma caixa de isopor

pendurada ao pescoço.

Era preciso ajudar os pais...

Parava seu trabalho às 18 horas

chegava cansado de andar,

pelas ladeiras de Mato Dentro,

à noite tinha os deveres da escola

para fazer...

Sob a luz trêmula da lamparina,

terminava sua tarefa lá pelas 22 horas.

Tomava um banho de bica e dormia o menino,

levantava às 6 horas, pois às 7 tinha de estar na escola.

Era preciso estudar...

Chegava às 11, almoçava, descansava meia hora,

ao meio dia saía para a sua rotina diária,

subia ladeira e descia também.

Precisava ajudar os pais.

No outro dia, tudo se repetia,

cresceu o menino e foi estudar no Senai,

mudou de profissão, hoje dizem que ele é poeta.

Será?

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 24/07/2014
Reeditado em 07/09/2024
Código do texto: T4895056
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