O vendedor de picolé
O sol a pino rachando mamonas
e o menino com uma caixa de isopor
pendurada ao pescoço.
Era preciso ajudar os pais...
Parava seu trabalho às 18 horas
chegava cansado de andar,
pelas ladeiras de Mato Dentro,
à noite tinha os deveres da escola
para fazer...
Sob a luz trêmula da lamparina,
terminava sua tarefa lá pelas 22 horas.
Tomava um banho de bica e dormia o menino,
levantava às 6 horas, pois às 7 tinha de estar na escola.
Era preciso estudar...
Chegava às 11, almoçava, descansava meia hora,
ao meio dia saía para a sua rotina diária,
subia ladeira e descia também.
Precisava ajudar os pais.
No outro dia, tudo se repetia,
cresceu o menino e foi estudar no Senai,
mudou de profissão, hoje dizem que ele é poeta.
Será?