Desigual
Quando a noite vem,
Sob os versos amargos ao coração,
Diz sem palavras da dor que exaure as forças.
Não importa a hora,
Tão pouco a ilusão,
Mas de minha janela viajo na emoção.
Lá na rua caminha o varredor,
Onde assenta o tijolo o pedreiro;
Que paga passagem ao trocador.
Nesse mundo sem muita pção,
Há que veja nas drogas a solução;
Há quem se orgulhe da roupa, do caro, e da situação;
Há quem escolha o prazer como vocação,
Enquanto há fome em todas as direções.
Não importa a forma;
Não importa a loucura da razão.
Mas da minha janela,
A única visão é dos trabalhadores em expansão.
Passando cansados,
Orando, pedindo, morrendo numa nova situação.
Ainda assim, sob velhas bandeiras,
Cachaça, discursos sem caução...
Vão e vem homens sem direção.