PERDI-ME!
Perdi-me na poesia entre um fado
Soltei as cordas da guitarra
Pulei, corri de lado em lado
Até chorei em tom magoado
E cantei depois…como a cigarra!
Perdi-me num poema à tardinha
Deixei escorrer a tinta, tal artista
Pensando que a viola fosse minha
Compus tal melodia que continha
Os sentimentos sóbrios de um fadista!
Perdi-me em mil trovas e esperei
Poder-me novamente encontrar
Nas palavras mais belas que te dei
Porque é nelas que sempre saberei
Qual é o sentir…do verbo amar!
Perdi-me em Primaveras floridas
Nos campos que me viram nascer
Rendi-me a memórias já esquecidas
Pintando de vivas cores, as nossas vidas
Entregues a um tempo de prazer!
Perdi-me na cidade e decidi
Rabiscar os cânticos ancestrais
Naquelas saudades que senti
Dos dias tristes em que te não vi
Porque se não estás…não são iguais!