FALSA ALEGRIA
Que alegria meu Deus
quando cheguei hoje
e vi que estavas presente!
Nossa! Meu coração cantou,
disparou, acelerou, descompassou...
Não sabia o que fazer:
se falava ou reverenciava.
Minha alma se abriu, se inflou,
se abriu em rosas orvalhadas
pelas noites sombrias que passei...
Minha mente estagnou, esqueceu
da angústia e do sofrimento da saudade...
Eu vi uma catedral a minha frente,
uma catedral com sinos
que não paravam de tocar para ti
dentro de mim...
A eternidade tinha sido pouca
para o quanto te aguardei...
Estavas ali! Nossa! Que alegria!
Todos os meus sentidos ficaram alertas,
aguardando o teu sinal, a tua estocada
sobre a cadela adormecida na tua espera...
Deus! Nunca recebi tanto desprezo,
tanta frieza e tanta indiferença...
As águas do oceano
se derramaram em mim...
Adormeci e me amorteci
para que não doesse
mais do que estava doendo...
Gelei! Congelei! Iceberg humano!
Ilusão nefasta de ti!
E eu te adoro tanto!
Cadela sem vergonha,
que rouba em sonho
uma carícia tua...
Por favor, eu imploro,
ao menos uma vez...
Uma única vez somente:
olha para mim e mergulhe em mim...
Te peço e me rastejo por isso!
Deixe,ao menos, uma vez,
o sino tocar na minha alma
para que eu possa acreditar
que a minha entrega não foi em vão...
Senhora! Sou tua! Por favor!
Me ouça e me compreendas!
Clamo por ti!
Que me julguem os ímpios,
os falsos, os invejosos...
Eu gozo em nome de ti!