Chuva no milharal
Eu vejo na chuva da varanda da casa,
os pingos formando poças no terreiro
e pilões no chão.
Ao longe observo a cortina fininha,
em névoa branquinha, molhando mansinho
o meu milharal.
Cabelos vermelhos, penachos bonitos
por sobre o verde das folhas de milho,
serpente subindo virando o espigão.
E a vida brilhando em cristais cristalinos,
que as mãos calejadas das sementes plantadas,
semearam serenas a fartura de pão.
Então minha emoção aumenta e com ela,
a chuva também.