Embriaguez

Braços que se cruzam entre taças de vinho,

Hora amena... o líquido tempera os lábios,

Mentalmente vislumbro amarelos alfarrábios

E me vejo trôpego... artisticamente sozinho...

Amplexo da poesia ao que parece efêmero,

A vida é infinita, mas a sedução se desgasta

E serei vilão duma existência ingênua e casta

Enquanto minha dor adormece no ibuprofeno...

No teor da bebida tenho de tear a palavra

E encaixotá-la lúgubre onde não existam larvas

Para que sua semântica não a transforme o tempo!

E numa lua em que o mel é a doce inspiração

O cio de escrever copula singular com a solidão

Tornando a embriaguez menopausa do sentimento!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 22/07/2014
Código do texto: T4892260
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