PALAVRAS QUE FALAM
(Sócrates Di Lima)
Abro meu livro de estórias,
Deixo minhas palavras falarem...
Deixo-as contar minhas glórias,
Aos ouvidos daqueles que me ouvirem.
Ouço nas entrelinhas minhas saudades,
Talvez de um tempo bem distante,
Lá das minhas loucuras da mocidade,
Quando era um amante, errante.
Deixo a palavra me ironizar,
Das tantas bobagens que fiz,
Talvez em nome de um amar,
Cortado com navalha pela raíz....
E voam as palavras das minhas páginas,
Onde tantos escritos da minha vida...
Tantos amores, em tantas esquinas,
No dobrar dos sonhos em vontades atrevidas.
Tantas loucuras sanas,
Tanta sanidade loucas,
Tudo faz parte da vida humana,
Em tantas palavras que não foram poucas.
Como asas de pássaros de paz,
Voam as palavras das páginas perdidas,,
Nas decepções e glórias que nelas jaz,
Escritas na lápide em capa do livro da minha vida.
Tantas palavras que falam...
Que gritam em ecos conflitantes...
Em céus e ventos que levam,
Para longe quando as palavras se calam.