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Mutilações
 
quando amei, quis doar rosas 
sem achaques e espezinhes
e mutilei muitas roseiras 
sem me importar com
o sangue nas mãos.

quando amei, não me importei se
do outro viria amor ou, apenas,
o fogo breve da paixão...
o que importava era ser 
uma entrega inteira

quando amei, sai juntando
pétalas murchas do chão.
não me desesperei. o amor
sempre dá  jeito  de
transformar-se
em adubo para
amigável
afeição.

quando amei, acarinhei mãos vazias
de qualquer envolvente expressão
e doei-me vaso amigo para
dar vida às sobras
das flores

quando amei, entendi que três quartos
da vida são feitos de rejeição
e não houve surpresa,
quando o vaso se
espatifou
no chão

quando amei, compreendi que flores não florescem 
em terrenos volúveis e que às vezes
é preciso  fechar a janela para
hibernar nm sonho 
com possível 
primavera.

quando amei, percebi que chorar
em silêncio e no escuro dói 
mais que mutilar
roseiras...


 





 
 
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 22/07/2014
Reeditado em 22/07/2014
Código do texto: T4891797
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