MEU SERTÃO
Sou brasileiro do nordeste
Sou cabra da peste, não arredo, não
Da ração e da água que me farta,
ando em busca do que cumê, nesse meu sertão
Sou brasileiro, sim senhô, não drumo em cama de pau
Sou arretado que da gora serena, de açucena, sou apreciador
Inda que lá do alto, nossa mãe protetora olha por mim, sou devedor
Sou brasileiro do nordeste
Sou cabra da peste, não arredo, não
Sou meu povo, sofrido que nem eu, sem gota d'água pra bebê
Ando por esse sertão de meu Deus, sol queimando o lombo,
assim vou andando sem saber quando parar
Meu sertão tão querido, trago ocê sempre comigo
dentro do meu coração
Lá do alto vejo a lua, sozinha que nem eu,
alumiando esse meu chão
Meu sertão tão querido, sempre contigo,
minha sina é lutá pelo pão
Sou brasileiro do nordeste
Sou cabra da peste, não arredo, não.