Bela irmã
Caminho a tardinha pelos trigais
bailando ao som do vento
desatento aos ais
quimeras ficam pra trás
volando vou nas sendas
entre fendas do pensar
esqueço sonhos banais
ouço meu ser pulsar
sigo deslizando no trigo
com meus dedos carinhosos
em formosos campos
que suspiram pela noite,
pela luz do pirilampo
vou lento,sem tempo
meus passos crepitando
a palha que vão forrando
meu caminho de serpentes douradas
não passam fadas por mim,
só a solidão enfada sem fim
sempre em frente olhar atento
suspirando pelo momento
em que surgirás ,bela irmã,
vestida de seda,olhos de cunhatã
chamando meu abraço
correrei todo campo num passo
desfarei o laço do seu vestido
não serei mais um homem perdido
amarrarei-me a a ti,sem lasso
dançaremos no mesmo compasso...