Bela irmã

Caminho a tardinha pelos trigais

bailando ao som do vento

desatento aos ais

quimeras ficam pra trás

volando vou nas sendas

entre fendas do pensar

esqueço sonhos banais

ouço meu ser pulsar

sigo deslizando no trigo

com meus dedos carinhosos

em formosos campos

que suspiram pela noite,

pela luz do pirilampo

vou lento,sem tempo

meus passos crepitando

a palha que vão forrando

meu caminho de serpentes douradas

não passam fadas por mim,

só a solidão enfada sem fim

sempre em frente olhar atento

suspirando pelo momento

em que surgirás ,bela irmã,

vestida de seda,olhos de cunhatã

chamando meu abraço

correrei todo campo num passo

desfarei o laço do seu vestido

não serei mais um homem perdido

amarrarei-me a a ti,sem lasso

dançaremos no mesmo compasso...

Mário Corredor
Enviado por Mário Corredor em 21/07/2014
Código do texto: T4891192
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