Drama Urbano
Tem gente morrendo todos os dias;
Tem gente morrendo nas catedrais;
Nas portas dos hospitais e
Em muitas escolas das capitais.
Ainda tem gente morrendo de fome.
Somos filhos de uma nação,
Mas de tanto nos esconder,
Em nossas vaidades,
Em nossas individualidades,
Não sabemos mais o que fazer.
Eu sei,
Tem gente que quer fazer,
Assim como você.
Extrair da raiz o suor do rosto;
Meter as mãos na lavora,
Enterrar o dormente na estrada,
Para ver no céu,
Entre o sol e as estrelas,
Erguida a bandeira da liberdade plena,
Para enfim, dizer aos filhos do futuro,
Como se faz parte da história da cidade.
Embora nos corredores escuros,
Haja senhores e assessores,
Pagos pelo atraso,
Para erguer muros,
Que dia a dia,
Em sangria nos fazem sofrer.