Eu não sei que serventia que tem
a palavra e a poesia e seu verso torto,
ou o morto nascido de um sopro distraído,
o poema caído do céu ou do inferno subido,
a ventania que me sopra dentro do ouvido,
a dor no peito ou a ânsia na boca do estômago,
não sei o que resolve nesse dizer que eu não disse
ou no não dizer que sempre disse para disfarçar
que não dizia ao dizer que dizia sem querer dizer,
que sei agora que as palavras minhas filhas lindas
iam me sair cheias de vida de minha boca
para irem morrer de fome em teus ouvidos.
E eu não sei que serventia tem o poema calado
como este que nunca devia ter cantado nem contado
que tem muitos poetas aí que chegar a ser azuis,
mas eu aqui sou sempre assim em branco e preto
e se misturo tudo é que tudo vai ficar meio cinza,
e cinzento vou arrastando meu rabo onde bem quero
e espero que a palavra linda nasça cheia de fome
e com carência de ter um nome do que ela come,
para casar com a possível fome que possa haver
no mundo ou na vida, ou bem dentro do seu ouvido.
Desde que o mundo nem era mundo que era assim
de a palavra embolada ficar engasgada na garganta,
como ainda hoje elas forçando as barras da gaiola
querendo voar para o céu de sua boca, essas loucas
e desaforadas fofoqueiras para dizer que eu te amo.
Nunca! Não faça isso para não estragar o banquete,
que o doce que eu guardo para a fome de teu ouvido
é o amor escondido nas palavras loucas que eu não digo
a palavra e a poesia e seu verso torto,
ou o morto nascido de um sopro distraído,
o poema caído do céu ou do inferno subido,
a ventania que me sopra dentro do ouvido,
a dor no peito ou a ânsia na boca do estômago,
não sei o que resolve nesse dizer que eu não disse
ou no não dizer que sempre disse para disfarçar
que não dizia ao dizer que dizia sem querer dizer,
que sei agora que as palavras minhas filhas lindas
iam me sair cheias de vida de minha boca
para irem morrer de fome em teus ouvidos.
E eu não sei que serventia tem o poema calado
como este que nunca devia ter cantado nem contado
que tem muitos poetas aí que chegar a ser azuis,
mas eu aqui sou sempre assim em branco e preto
e se misturo tudo é que tudo vai ficar meio cinza,
e cinzento vou arrastando meu rabo onde bem quero
e espero que a palavra linda nasça cheia de fome
e com carência de ter um nome do que ela come,
para casar com a possível fome que possa haver
no mundo ou na vida, ou bem dentro do seu ouvido.
Desde que o mundo nem era mundo que era assim
de a palavra embolada ficar engasgada na garganta,
como ainda hoje elas forçando as barras da gaiola
querendo voar para o céu de sua boca, essas loucas
e desaforadas fofoqueiras para dizer que eu te amo.
Nunca! Não faça isso para não estragar o banquete,
que o doce que eu guardo para a fome de teu ouvido
é o amor escondido nas palavras loucas que eu não digo