Gemesse antes, todo o cerne dessa incompletude, e
talvez se sustentassem os nós de pinho que vestem esse chão
e crepitam perpétuos às brasas da minha saudade...
os pulsos;
crepitam as palavras,
todas essas que estanco,
todas que acumulo...
... é da antiga poltrona
- refúgio sem asa -
que assento a lenha,
que ajeito as brasas
acessas
desde muito cedo,
desde antes mesmo
do fulgor tatear as casas
é à boca pequena
de ferro fundido
que crepitam vozes
de outros poentes,
uma em especial,
uma mais pungente,
que beija a memória
e estreita o peito
e os ecos se repetem,
penetram o silêncio,
reviram por dentro
... seguem rangendo...
sinto tudo,
sinto o nada;
sigo apenas
e isso, me dói...
Denise Matos