19 DE JULHO

A tarde desce com o calor de dez mil sóis

Estou sozinho novamente... (Ah! Conta outra!)

Faço uma sauna improvisada com lençóis

O mesmo estúpido, o mesmo rosto, a mesma roupa...

O mundo gira como um enorme cata-vento

Nessa ciranda todo mundo tem um par

Aqui vou eu! Mergulho no mar de lamentos

Que eu construí só para poder me afogar.

Nem adianta mais dizer qualquer palavra

A solidão está acampada em meu terraço

Ela me ajuda todo dia em minha lavra

Estou plantando vento e espero estardalhaço.

O sangue corre em minhas artérias entupidas

O homem da foice já passeia ao meu lado

Eu desperdiço agora um bilhão de vidas

E ninguém chora pelo leite derramado...

Telefonemas já não curam o meu tédio

Reler as cartas que ganhei também não serve

Seria mais legal pular de um alto prédio

Do que gritar enquanto a água ferve...

Olha a libido liberando os feromônios

Ninguém me nota mesmo assim (morri de novo)

Quero lançar à terra mil demônios

Para poder criar, do zero, um outro povo.

Ouço a canção que toca à distância

Mas o que passa na cabeça é mais sonoro

Sei que minha vida é coisa assim sem importância

Por isso peço que me leve, eu te imploro...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 19/07/2014
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T4888399
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